Pesquisar
Quem está on line

Entrar
Usuário:
Senha:
Permanecer Logado automaticamente em cada visita
 






Relatos Rumos 14 – Diário de bordo: Porto Alegre

 
Novo Tópico   Responder Mensagem    Página Principal -> Rumos Artes Visuais
Exibir mensagem anterior :: Exibir próxima mensagem  
Autor 
 Mensagem
Guy A



Registrado em: Terça-Feira, 15 de Fevereiro de 2005
Mensagens: 22

MensagemEnviada: Qua Jun 04, 2008 6:36 pm    Assunto: Relatos Rumos 14 – Diário de bordo: Porto Alegre Responder com Citação

Dia 14 – Porto Alegre [25/04]

Porto Alegre - eis aí uma cidade sempre gostosa de se visitar. Passamos uma tarde muito agradável no Torreão, simpático espaço informal já devidamente estabelecido na cena artística da capital gaúcha. E não apenas como local de propostas expositivas: também como pólo formador e agregador de discussões, em boa parte devido à ação intensa de seu criador, Jailton Moreira, com quem conversamos demorada e prazerosamente. No dia seguinte, o programa cultural-gastronômico básico não podia deixar de envolver o tradicional passeio no Mercado Central, seguido de visita a uma ou duas exposições antes.

Do evento

Chegamos ao Centro Cultural Érico Veríssimo, que nos recebe hoje, com emocionante pontualidade, para não dizer simplesmente em cima da hora: após um confuso périplo de táxi, que envolveu a descoberta de localidades "homônimas" [mas distantes uma da outra] na cidade, tivemos que cumprir boa parte do percurso a pé, o grupo todo.
O auditório do local é bem aparelhado e muito confortável. O público é que decepciona: sobretudo pensando que estamos em Porto Alegre, cidade que abriga uma cena artística de considerável vitalidade, causa estranheza o comparecimento de apenas 20 e poucas pessoas. O fato de ser uma sexta-feira à noite talvez seja um atenuante, mas não basta para explicar a audiência bem abaixo de nossas expectativas.
Hoje falam Marilia Panitz e Alexandre Sequeira. Ambas falas seguem de modo geral a estrutura de apresentações anteriores, já por mim resumidas. Um dado novo na fala de Marilia surge quando ela comenta sua atuação junto ao grupo Gentil Reversão, que integra com cinco artistas [de Brasília]: hoje, ela assinala um interesse comum pela literatura no grupo como um todo, chave de leitura de fato muito presente nas proposições/exposições por ela apresentadas. Já tinha intuído certa narratividade nas imagens das mostras, e esse dado corrobora essa impressão anterior. Detém-se ainda de modo mais demorado na colaboração estreita que ela mantém com [o artista] Gê Orthof, apresentando alguns resultados dessa parceria, como exposições e até um livro sobre o artista. A partir dessa experiência, Marilia encerra assumindo sua “dificuldade no distanciamento”, referindo-se a uma relação de cumplicidade que vê como estimulante na relação crítico/a-artista, retomando a ligação de proximidade entre Baudelaire e Delacroix, que cita no início de sua fala.
Já Sequeira tem uma estrutura de fala que não dá muita margem a inovações – no que não há qualquer problema, diga-se de passagem; afinal, trata-se sempre de diferentes públicos a cada cidade. Introduz sua fala detectando afinidades entre a cena de porto Alegre e de sua Belém, sendo ambas cidades grandes e de intensa mobilização artístico-cultural mas ainda carentes em certos aspectos, como na consolidação de um mercado para arte contemporânea [embora] e de mais críticos atuantes em âmbito local. Passa então a seguir seu roteiro habitual, em que oferece uma panorâmica da movimentação artística paraense desde os anos 1980 e enfatizando as possibilidades de superação das adversidades inerentes a um contexto mais “periférico” a partir da incorporação de dados locais na produção, aspecto que procura destacar em sua fala.

Debate - Participação do público

A platéia, que já é pequena para nossas expectativas, hesita em se pronunciar. Algumas pessoas comentam a própria questão desse “esvaziamento”, atribuindo o fato a falhas na divulgação; outros discordam – não há consenso.
Surge então uma pergunta-comentário sobre o dado regional da cor, sensível na apresentação de Alexandre, e da dificuldade em “se atingir um distanciamento para ter um olhar sobre isso”. A mesma pessoa emenda ainda uma colocação para Marilia, que ela comentasse o “viés crítico de texto” que aparece em sua fala. Alexandre começa afirmando que a Amazônia – e o Pará se inclui nessa região - ainda hoje convive com diferenças culturais intensas [barcos, as culturas indígenas, etc]; e que, além da luminosidade característica do trópico, há outros fatores que são determinantes nessa “presença da cor”, como as condições atmosféricas/climáticas, a imensidão de águas que a região, expressões urbanas, a “cor que também transborda na música” [em manifestações como a conhecida “guitarrada”], assumindo que algum dado caribenho também pode pode ter entrado nesse caldeirão.
A seguir, Marilia diz “haver uma potência na imagem que permite a convivência de paradoxos”; afirma ainda que a crítica contemporânea não se estabelece como afirmativa, mas como versão - formato que a interessa, frequentemente citado em suas falas como um dos caminhos possíveis para a crítica de arte na atualidade.
Uma moça tem uma dúvida acerca da itinerância prevista no Rumos, e se alguma dessas mostras passaria por ali; a intervenção mostra-se algo confusa quando começa a indagar também sobre mostras do Itaú Cultural viajarem, etc. Nada que Yara Kerstin não esclareça sem maiores problemas; e assim termina nosso tour pelo sul do país.

A noite ainda seria fechada em grande estilo a partir de indicação da nativa Gabriela Mota: jantar no Atelier de Massas, reduto da boêmia descolada gaúcha especializado em...pasta italiana, naturalmente. Fugindo "à média", o estabelecimento tem bons trabalhos de arte cobrindo suas paredes, e não necessariamente produção do proprietário [ele próprio também artista, o que explica o "atelier" no nome]. E as massas são um espetáculo, para deleite geral. Até a espera de uma hora, em pé na rua, é esquecida depois da primeira garfada. Que churrasco que nada, tchê!
Voltar ao Topo

Mostrar os tópicos anteriores:   
Novo Tópico   Responder Mensagem    Página Principal -> Rumos Artes Visuais Todos os horários são GMT - 3 Hours
Página 1 de 1

 
Ir para:  
Enviar Mensagens Novas: Proibído.
Responder Tópicos Proibído
Editar Mensagens: Proibído.
Excluir Mensagens: Proibído.
Votar em Enquetes: Proibído.


Powered by phpBB © 2001, 2004 phpBB Group
Traduzido por: Suporte phpBB