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Relatos Rumos 13 – Diário de bordo: Curitiba

 
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Guy A



Registrado em: Terça-Feira, 15 de Fevereiro de 2005
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MensagemEnviada: Qua Jun 04, 2008 6:21 pm    Assunto: Relatos Rumos 13 – Diário de bordo: Curitiba Responder com Citação

Dia 13 - Curitiba [23/04]

Curitiba é a cidade de Paulo Reis, um dos curadores desta edição do Rumos e colega de viagem recorrente nessa caravana. Natural, portanto, que ele aqui assuma também a função de cicerone informal da equipe, levando-nos para um rápido tour gastronômico-cultural na única tarde que temos na cidade. Almoçamos muito bem no centro histórico da cidade e emendamos num périplo que inclui visita a alguns dos bons sebos curitibanos e duas exposições em cartaz, com jovens artistas locais [mostras do programa Bolsa Produção, que será comentado mais adiante]. Mal há tempo para voltar ao hotel para uma ducha e seguir para o local do evento, a Casa Andrade Muricy.

Do evento

O espaço, tradicional reduto de eventos ligados à arte na capital paranaense, é excelente: amplo e confortável, abrigando com sobras as mais de cem pessoas na platéia.
Alexandre Sequeira abre sua fala ressaltando seu interesse pela diversidade da produção artística país afora, para em seguida passar a seu mote, em que apresenta um panorama da arte contemporânea paraense. A apresentação segue à risca a linha já comentada aqui anteriormente, pelo que não me estenderei novamente em detalha-la. Chama a atenção, no caso da cena de Belém, a importância ou influência exercida pela fotografia na ativação da cena local, ao que Alexandre se refere como linguagem ou instrumento que "chama para a discussão".
Na seqüência, retomando sua apresentação "Arte e crítica: aproximações", fala Marilia Panitz. Comenta as exposições que viu na cidade, pouco antes, elogiando o programa de bolsas para artistas promovido pela prefeitura local, o Bolsa Produção.
Entra então em sua fala propriamente dita, que, a exemplo da de Alexandre, segue estrutura já amplamente descrita aqui, localizando a discussão de "arte e crítica" em Argan e seu Arte e crítica de arte e subseqüentes problematizações acerca do estatuto da atividade da crítica. Lança diversas indagações sobre que modelo de crítica se mostraria mais adequado ou capaz de abarcar a produção contemporânea; se não seria o caso de recorrer à "voz do outro" cita Greenberg e sua autoridade, primeiro, e sua paixão pela obra por outro lado; movimento simultâneo de proximidade e distanciamento [com Pollock]. Ressalta o registro da cumplicidade entre críticos e artistas como indicador de um caminho para a crítica atual;
Termina mostrando imagens de projetos curatoriais divididos com artistas que acompanha há tempos, em que fica patente o interesse de Marilia em explorar os limites na atuação como crítica e curadora, no papel que define como sendo o de "uma leitora crítica". Dá destaque para projetos que desenvolve em colaboração com Gê Orthof [artista residente em Brasília, como ela], com quem mantém um diálogo mais intenso e um acompanhamento mais sistemático da produção [cujo resultado mais recente foi uma exposição do artista com curadoria de Marilia na agenda dita "´paralela" da Arco deste ano, em Madri].

Debate / participação do público

Após alguma timidez na platéia, Artur Freitas, teórico e professor da UFPR, pede a palavra e faz algumas colocações; a partir da fala de Marilia, comenta mostra antiga de Cildo [na extinta Petit Galeria] que ocasionou uma "resposta" unusual de Frederico Morais [crítico], com uma intervenção deste. Então lança para Marilia e Alexandre uma questão: como os dois vêem a [possibilidade de] atividade crítica na curadoria de um evento como o Rumos? Alexandre diz que irá responder à "fala" dos artistas/obras selecionados, única maneira que vê como possível para lidar com essa situação. Marilia elogia a pergunta e retoma suas próprias passagens anteriores pelo Rumos, com graus diversos de atuação nos 3 momentos, reconhece algumas insuficiências no formato mas vê possibilidades a partir da amostragem de obras inscritas/selecionadas; os muitos olhares, a subjetividade de discursos e afinidades, um consenso possível na noção de qualidade...
Artur então estende a pergunta para mim; estendo-me sobre o que vejo como certa busca por rigor em relação à atividade da crítica de arte, ou antes com o emprego do termo em si; a meu ver relativizada e confundida com "escrita sobre arte" e jornalismo cultural, etc;
Em seguida é feita uma observação sobre a importância do emprego do juízo [de valor] no que tange à arte, estendendo ainda sua circulação no mercado de arte; Marilia ressalta a importância da instância do julgamento de valor, inclusive em galeristas/comerciantes de arte, no que chama de "se colocar um entre outros". Alexandre complementa mencionando o fator da aposta em artistas [com acertos e erros, naturalmente] como estimulante, etc., ao que Marilia retoma indagando o já citado modelo do projeto de bolsas artísticas local. Uma moça na platéia se identifica como coordenadora do projeto e dá mais detalhes sobre o mesmo, do processo de acompanhamento da produção e das exposições como resultado deste processo, etc. Diz ainda que o edital do projeto não tem qualquer fator excludente, seja etário, tempo de trajetória.
Ainda há tempo para mais algumas dúvidas técnicas, referentes ao edital, rapidamente esclarecidas por Valéria Toloi. Finalizando, surge uma questão para a mesa nos termos de que impressão teriam os palestrantes sobre "artistas que produzem na rua", etc [a cena de Curitiba parece ser forte nesse quesito]. Alexandre se pronuncia relatando alguns casos da cena de Belém, inclusive em torno do salão [Arte Pará] coordenado há algum tempo por Paulo Herkenhoff, que já teve boas propostas nessa linha; reluta, contudo, em colocar essas manifestações como uma tendência, ao menos na cena paraense. Marilia emenda comentando o caráter democrático deste tipo de manifestação, que diz ver com interesse.
Encerramos a noite jantando num ótimo – embora um pouco acima do nosso, ou ao menos do meu orçamento médio - restaurante ucraniano-polonês, com a presença de alguns artistas e teóricos locais. Em meio a boa conversa e excelentes vodkas, variêniquis e pieroguis, nos despedimos da capital paranaense em grande estilo.
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