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julho 28, 2013

Apresentação e relatório 2ª edição da Pesquisa Setorial Latitude aponta crescimento do mercado de arte contemporânea em 2012

81% das galerias registraram aumento do volume de negócios em 2012, o setor está em um momento muito singular e positivo, caminhando cada vez mais para a internacionalização

Acesse o relatório completo no Latitude.

A 2ª edição da Pesquisa Setorial Latitude informa que as galerias do mercado primário de arte contemporânea registraram um aumento médio de 22,5% do volume de negócios em 2012. Isso significa que o setor permanece dinâmico e em expansão, confirmando a tendência já observada na 1ª edição da pesquisa, que indicou um crescimento acumulado de 44% no biênio de 2010-2011.

81% das galerias afirmam ter aumentado suas vendas, e 70% afirmam ter aumentado sua equipe de trabalho em 2012. Além disso, o volume de exportações das pesquisadas passou de US$ 18 milhões em 2011 a US$ 27 milhões no ano seguinte. Foram 6.700 obras vendidas, com um reajuste de preços da ordem de 15%, apontando para um crescimento sustentável do setor.

Vendas Nacionais e Internacionais
A pesquisa identificou que as vendas no Brasil representam 85% dos negócios realizados pelo setor em 2012 (15% ficam para o exterior). A participação de instituições brasileiras nas aquisições foi de menos de 5%, mostrando a fragilidade do colecionismo institucional brasileiro frente ao colecionismo privado, que responde por 71% do volume de negócios realizados.

Se as instituições brasileiras ainda não têm uma participação considerável na aquisição da arte contemporânea, as instituições internacionais têm cada vez mais artistas contemporâneos representados pelas galerias em seus acervos.

Segundo as galerias, 50% dos artistas representados por elas estão em mais de 130 coleções institucionais internacionais, em todos os continentes. Embora ainda represente um volume de negócios pequeno (2,5%) frente ao total, esse número aponta para um processo de visibilidade e legitimação dos artistas adquiridos pelas instituições, algo extremamente importante para a arte brasileira e para o setor.

De todas as vendas, 58% são realizadas nas sedes das galerias, 29% em feiras nacionais e 9% em feiras internacionais (38% em feiras, no total, portanto).

Feiras
As feiras são um momento privilegiado para as vendas e para o trabalho de promoção e relacionamento com colecionadores, críticos, curadores e instituições, assim como com outros galeristas e colaboradores. As galerias participaram de 3,7 feiras em média em 2012 – número que podem chegar a até 13, para algumas delas. Esse número permaneceu constante com relação à 1ª edição da pesquisa. É bom lembrar que algumas das galerias mais jovens já participam do circuito internacional, sob incentivo e consultoria do Projeto Latitude.

A SP-Arte é considerada por 59% das galerias a feira mais importante do ponto de vista do volume de negócios, seguida pela ArtRio, a mais importante para 13,5% das galerias e pela Art Basel Miami, a número um para 11,5% das galerias pesquisadas.

Galerias
O universo de galerias respondentes é bastante representativo e ainda mais amplo que o anterior. Foram 32 galerias na 1ª edição da pesquisa e 44 nesta edição. Seu perfil é bastante heterogêneo quanto à escala, modelo de negócios, tipo de produção representada, grau de profissionalização e internacionalização, mas pode-se identificar que as galerias mais jovens, algumas criadas a partir de 2010, estão se profissionalizando e internacionalizando rapidamente. Houve uma clara expansão no surgimento de novas galerias a partir dos anos 2000 (foram 40 novas nos últimos dois anos e, em 2012, 15 ingressaram na Associação Brasileira de Arte Contemporânea (ABACT), 11 delas criadas a partir de 2010). A maior parte se concentra na Região Sudeste, em São Paulo (25 galerias) e no Rio de Janeiro (12).

Mais da metade das galerias pesquisadas (54%) têm parcerias com outras galerias no Brasil e no exterior e 84% delas afirmam apoiar a participação dos seus artistas em eventos internacionais, com o intuito de fomentar a visibilidade dos artistas em outros territórios.

Exposições e visitantes
Essas galerias apresentam em média 7,2 exposições individuais por ano, com uma variação de 1 a 22, dependendo da galeria, e 1,8 exposições coletivas. Esses números não apresentaram variação à média anterior ou à percebida pelas galerias francesas, por exemplo. O que difere da realidade europeia, contudo, ainda é a visitação.

A média de visitas semanais por galeria é de 55 pessoas, um pouco menor do que a identificada na primeira pesquisa: 60 pessoas por estrutura. As francesas, por sua vez, recebem entre 50 a 100 visitantes diários. A mudança dessa realidade vem sendo construída pelas galerias por meio de debates com curadores, críticos e artistas, visitas guiadas com curadores e artistas e lançamentos de livros.

Clientes
Cada galeria possui em média 400 clientes, mas a média não contempla uma realidade que varia desde 20 até 3 mil pessoas visitando e realizando ao menos uma compra. As galerias mais estabelecidas e que movimentam um maior volume de negócios têm um portfólio de clientes mais extenso.

Artistas
Em média, as galerias representam 22.5 artistas, embora esse número varie bastante, entre 7 e 40 nomes, dependendo do porte e complexidade da estrutura.
As galerias representam, portanto, um universo de cerca de mil artistas. Desses, 10,8% entraram no mercado pela primeira vez em 2012. Esse é um percentual que diminuiu significativamente em relação à 1ª edição da pesquisa, quando 23% dos artistas debutaram em galerias. Esse dado mostra uma consolidação do mercado e uma consciência de que, depois de recrutá-los, as galerias tendem a investir a médio e longo prazo em sua valorização e comercialização.

Perfil dos colecionadores
São os colecionadores privados e os negócios no Brasil que mais fomentam o volume de negócios no setor. As vendas são impulsionadas sobretudo por colecionadores privados brasileiros (71% do volume das vendas), seguido pelos colecionadores privados estrangeiros (11,5%). Coleções corporativas brasileiras são responsáveis por 5,9% das vendas, seguidas pelas instituições brasileiras (4,5%) e as instituições internacionais (2,5%). As coleções corporativas estrangeiras são responsáveis pro 1,5% das vendas.

Convênio Renovado
O convênio entre ABACT e Apex-Brasil foi renovado recentemente, em um evento no mês de junho no auditório da Pinacoteca do Estado. Na ocasião, além do anúncio do valor do convênio – R$ 4,75 milhões de reais para a realização de diversas iniciativas ao longo dos dois próximos anos – foram apresentados dados sobre o crescimento do projeto em números e abrangência ao longo dos últimos seis anos:o número de galerias integrantes do projeto que realizam hoje exportações passou de cinco para 19; e estas galerias, em 2012, foram responsáveis por US$ 27 milhões dos US$ 51 milhões exportados pelo setor em geral. As galerias associadas ao Projeto respondem hoje por 53% das exportações brasileiras de arte contemporânea.

Posted by Patricia Canetti at 9:41 PM | Comentários(1)
Comments

A profissionalização das empresas focadas em arte é fundamental para poder se estabelecer, ganhar competitividade e prosperar.
Muito interessante o resultado divulgado.
Podemos analisar a situação de uma galeria específica em relação ao mercado e traçar novos objetivos, metas, etc.

Posted by: Artista plástico Quim Alcantara at julho 29, 2013 2:26 PM
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