Pesquisar
Quem está on line

Entrar
Usuário:
Senha:
Permanecer Logado automaticamente em cada visita
 






Visibilidade: causa ou conseqüência?

 
Novo Tópico   Responder Mensagem    Página Principal -> Rumos Artes Visuais
Exibir mensagem anterior :: Exibir próxima mensagem  
Autor 
 Mensagem
Leandro de Paula



Registrado em: Quarta-Feira, 31 de Dezembro de 1969
Mensagens: 5

MensagemEnviada: Ter Abr 15, 2008 12:10 pm    Assunto: Visibilidade: causa ou conseqüência? Responder com Citação

Questões interessantes sobre a arte contemporânea já foram levantadas nos relatos que estão online e um bom ponto de partida para debate seria esta fala, pinçada do encontro em Manaus: "Um rapaz indaga sobre o teor de 'visibilidade' que o Rumos proporcionaria a seus participantes. A mesa responde que esta não é uma premissa do programa, embora isso naturalmente ocorra, afinal trata-se de um projeto prestigioso e com ampla cobertura da mídia".

Ainda que a visibilidade possa não ser o objetivo da instituição ao promover o programa, ela parece ser o maior atrativo para os artistas que se inscrevem no Rumos Artes Visuais. Se não, então, quais seriam os principais motivos para a participação dos artistas?
Voltar ao Topo

José Vilmar



Registrado em: Quarta-Feira, 31 de Dezembro de 1969
Mensagens: 1

MensagemEnviada: Qua Abr 16, 2008 4:01 pm    Assunto: Responder com Citação

José Vilmar da Silva, a meu ponto de vista, acho que o Rumos Artes Visuais é muito importantes para nós artistas, porque é um trabalho de mapeamentos de artistas que muitos deste não são conhecidos, pela a critica, e não tenhe a oportunidade de participa de outros eventos, e o Rumos Artes da esta oportunidade, pois eu já participei, e vou participar novamente, e muito artistas que vivi no interior como eu, ainda não participaram é de grande importancia, esta oportunidade. de participar deste evento. Eu acredito que é o maior atrativo para Nós artista.
Obrigado pela oportunidade e atenção: José Vilmar da Silva
Patos de Minas - Minas Gerais. Very Happy
Voltar ao Topo

Patricia Canetti



Registrado em: Terça-Feira, 9 de Novembro de 2004
Mensagens: 29

MensagemEnviada: Qui Abr 17, 2008 2:16 am    Assunto: garimpando arte e mercado de trabalho... Responder com Citação

Com certeza o mapeamento é um método mais eficaz de garimpo do que o simples recebimento de portfolio, feito pela maioria dos salões&prêmios existentes; o que só amplia o retorno para os objetivos da instituição. Mas se a visibilidade é um efeito colateral para as instituições, para os artistas é a moeda corrente de nosso trabalho e, por isso, acho importante tentarmos entender as nossas demandas para podermos evoluir.

Tenho curiosidade de conhecer o desenrolar da carreira de artistas que participaram do Rumos e de outros salões; se eles percebem causa-e-efeitos relacionados ao trânsito nos pontos de visibilidade do circuito.

abs,
Patricia
Voltar ao Topo

Traplev



Registrado em: Quarta-Feira, 31 de Dezembro de 1969
Mensagens: 4

MensagemEnviada: Qui Abr 17, 2008 7:18 pm    Assunto: visibilidade.......? Responder com Citação

ola pessoal,

Acho interessante a discussão, mas não podemos glorificar ou endeusar o itaú pela iniciativa. Eu creio que independente da Instituição os artistas (independentes da região que se encontrão) tem uma autonomia maior que qualquer instituição para atuarem.

Não tive a oportunidade de participar como artista do Rumos ainda, mas ano passado acompanhei a exposição que passou em Florianópolis e pude constatar um grau importante de profissionalização com as obras e a exposição.
Acho importante a iniciativa, mas ainda vejo no sistema de arte no Brasil que os curadores estão muito presos a uma iniciativa institucional.
Não há muitos projetos dos ditos curadores independetes autonomos, salvo algumas exessões, a maioria dos curadores independentes estão atuando a partir da proposta e iniciativa de instituições. Não digo isso para provocar as Instituições ou os curadores, muito pelo contrário acho que deveriam mesmo cumprir seus papéis, no caso das instituições como foi o MAM do Rio, MAC SP, o Espaço de Arte na Paraíba pela Funarte na década de 70, entre outros, mas como forma de visibilidade os artistas são livres, claro que a Instituição é importante para o desencadeamento de valorização de uma produção em uma certa região ou etc, como foi no Ceará com Ricardo Resende a frente do Museu de Arte Contemporânea, ou mesmo no Recife com Cristiana Tejo.
O Itaú Rumos Artes Visuais contribui sim para os artistas de um modo geral, com uma abrângencia pertinente no Brasil, mas na minha opinião não podemos ser demais ingênuos no modo como as coisas acontecem.
Os artistas não sobrevivem apenas de visibilidade.
Voltar ao Topo

Carlos Eduardo Dias Borge



Registrado em: Quarta-Feira, 31 de Dezembro de 1969
Mensagens: 1

MensagemEnviada: Qui Abr 17, 2008 7:23 pm    Assunto: Responder com Citação

Além da visibilidade, creio que o contato mais próximo com a crítica (os curadores e outros artistas) é o ganho maior do Rumos. Ele criou uma nova organização, um envolvimento (uma continuidade) e uma proximidade ( das discussões) que é, a meu ver um passo a bem a frente do modelo dos salões. Propicia aos artistas uma possibilidade de continuidade de carreira que o modelo dos salões já não acompanhava mais.
Agradeço aos organizadores pelo convite e atenção!
Voltar ao Topo

Laura Erber



Registrado em: Quarta-Feira, 31 de Dezembro de 1969
Mensagens: 3

MensagemEnviada: Sex Abr 18, 2008 10:28 am    Assunto: Responder com Citação

Talvez fosse interessante retornar ao ponto inicial da pergunta e interrogar o teor de visibilidade artística que projetos institucionais desse porte promovem, não para avaliar sua importância ou mérito - que existe sem dúvida alguma - mas para tentar explicitar o modelo de visibilidade com o qual se está trabalhando.Pois mesmo que isso não constitua um objetivo maior, há em todo projeto curatorial um conceito de visibilidade articulando as escolhas e os modos de difusão, essa me parece uma questão espinhosa... Que tipo de espaço expositivo se cria aí? Que tipo de recepção/percepção das obras se produz nesse espaço? Seria ainda interessante pensar quais as outras demandas existem para além das premiações e da visibilidade imediata. Estamos inseridos num contexto ansioso de visibilidade, marcado pelas premiações, um modelo que tem seus benefícios mas que privilegia o resultado e não o projeto, ou processos criativos mais silenciosos e talvez mesmo invisíveis...
Voltar ao Topo

Traplev



Registrado em: Quarta-Feira, 31 de Dezembro de 1969
Mensagens: 4

MensagemEnviada: Sex Abr 18, 2008 3:53 pm    Assunto: visibilidade......? Responder com Citação

Oi Laura,

Concordo com vc que estamos inseridos no Brasil em um contexto ansioso de visibilidade marcado pelo sistema vigente.
Questiono também essas iniciativas municipais de premiações e visibilidades instantâneas creditada em um contexto de repetição e de nenhuma forma de inovação.
A Bolsa Pampulha e talvez o prêmio Marcantônio Vilaça do SESI podem ser exemplos disso que vc fala de valorizar um processo criativo e um projeto ao invés de resultados e números.
Outros Programas estaduais podem ter esse mesmo cuidado promovendo editais-bolsas específicas para a fomentação da produção contemporânea de arte e com isso, essa fome de visibilidade passa em segundo plano, pois é uma consequência e não uma prioridade, mesmo assim questionável.
Quando envio material para este tipo de iniciativa, penso na circulação da obra, na percepção do espaço que se cria a partir dessa situação.

A discussão parece centrada em uma dificuldade e preocupação regional de ser ou não ser visto pelos ditames nacionais, na minha opinião isso é perigoso e demais ingênuo.........

a resposta para essa preocupação é única: seguir trabalhando e pesquisando quer seja no Macapá, ou mesmo no extremo sul do país.

Realmente noto um impedimento prático de viajarmos do sul pra Macapá ou Boa Vista ou deste pro Rio de Janeiro, entre outras rotas, para uma pesquisa artística, mas temos que buscar ações de alguma forma...

(...)
Voltar ao Topo

Laura Erber



Registrado em: Quarta-Feira, 31 de Dezembro de 1969
Mensagens: 3

MensagemEnviada: Sex Abr 18, 2008 10:47 pm    Assunto: Responder com Citação

Olá Traplev, sim,sim, também acredito que a discussão possa render mais quando deslocada do argumento de inclusão regional (certamente uma questão complicada e ardilosa). Seja nos programas oferecidos por instituições privadas seja naqueles das instituições públicas sempre lidamos (inevitavelmente) com um circuito modulado por conceitos e valores mais ou menos implícitos. Como vc apontou, não se trata de reivindicar um isolamento marginal, uma criatividade romanticamente autônoma mas de poder circular dentro deste contexto de forma crítica e atenta. Só que diferente de vc acredito que a resposta seja múltipla e cheia de meandros, e a possibilidade de discussão e questionamento sobre o papel das instituições talvez seja tão importante quanto as escolhas e pesquisas individuais, afinal ser artista significa lidar e encarar processos de realização e de "mostração". Infelizmente tenho a sensação que a tal visibilidade histérica não seja um privilégio do Brasil, embora em outros contextos a política de financiamento de pesquisa e de projetos artísticos seja melhor estruturada.
Voltar ao Topo

Guy A



Registrado em: Terça-Feira, 15 de Fevereiro de 2005
Mensagens: 22

MensagemEnviada: Dom Abr 20, 2008 9:17 pm    Assunto: Responder com Citação

Olás.
peguei a coisa já bem andada, e queria só endossar o coro de inquietações em dois pontos.
Primeiro essa questão da "visibilidade", que me parece tão verdadeira quanto relativa, no caso do Rumos: certamente o programa cumpre um pouco o papel de "vitrine" no cenário nacional, com o retorno de mídia e o prestígio já a ele agregados, mas por outro lado, como a Patricia já apontou, até que ponto essa projeção pode ser pensada como 'efetiva'? Claro que há diversos fatores aí envolvidos: metas institucionais e dos próprios artistas [em relação à circulação de sua produção], suprimento de demandas de mercado "pelo novo", etc. Sei que o Itaú tem um dossiê com as estatísticas de todos as edições do Rumos, e que eventualmente tem planos de publicá-las: seria bem interessante, um começo de possibilidade de mensuração dessa equação complicada.

Outro ponto, que acho extremamente pertinente, é esse levantado pela Laura: o tal "argumento da inclusão regional", de fato um aspecto delicado e caro a um programa que visa "mapear a produção nacional". Se oficialmente não chega a ser um critério ou baliza operacional do Rumos, nas entrelinhas me parece haver um certo desejo institucional em contemplar essa demanda, sim, o que é razoavelmente compreensível. É e tem sido uma questão bastante discutida internamente na equipe, nas viagens e reuniões, e a mim interessa reiterá-la sempre que possível, inclusive nas situações de interlocução com as platéias locais. Já tive a sensação, em mais de uma edição do Rumos, de que havia trabalhos escolhidos especificamente para preencher essa demanda, e não eram trabalhos bons.
Mesmo para os artistas, creio, trata-se de uma questão complexa: como articular ou trabalhar o elemento local/regional, que lhe é caro, sem incorrer em leituras "estratégico-estereotipantes" por um lado, ou restringir-se ao circuito da chamada artesania regional [fora do circuito da "arte contemporânea"], por outro? Não é fácil. Nomes como Emmanoel Nassar, Marepe, Efrain Almeida e Marcone Moreira me vêm à mente, dentre os que lograram escapar a esse potencial beco sem saída - com graus diversos de desenvoltura, a meu ver, mas essa já é outra questão.

De qualquer forma, acho salutar que essas discussões estejam em curso, ainda que não consiga pensar em respostas objetivas.

Abraços
Voltar ao Topo

Cao



Registrado em: Quarta-Feira, 31 de Dezembro de 1969
Mensagens: 1

MensagemEnviada: Ter Abr 22, 2008 11:21 am    Assunto: Responder com Citação

Hà tempo que os artistas vêm trabalhando as suas trocas e devidas visibilidades através da redes e nao dependem mais das inicitivas institucionais, O fato é que existiam ja processos potentes que com o Rumos Visuais no percurso se evidenciaram. Mas, são tao poucas as iniciativas que as que funcionam minimamente tornam-se impares e correm o risco de se notarem exemplares.Seria interessante também notar que os artistas premiados pelo rumos nao são consequentemente os de mais visibilidade do Programa.
Se pensarmos na visibilidade de Jarbas Lopes, Rivane Rauschwander, Marepe, Laura Lima e outros artistas associados ao Artes Antartica com a Folha, a visibilidade dos artistas do Rumos torna-se bem relativa.
Não percebo artistas como Caio Reizewitz e Oriana Duarte com suas visibilidades ligada ao Rumos, estes artistas assim como o Marcelo Coutinho e outros ja tinham um percurso e uma carga de visibilidade que pesou consideralvelmente na visibilidade do proprio mapeamento do Rumos.
Nunca vi a minha imagem associada ao Rumos até porque o Projeto Cão Mulato ja vinha do Artista Pesquisador e traçava seu proprio caminho de visibilidade em publicações e seminarios. O Rumos por sinal nao cumpriu o intenerario programado de varias exposições do "isso são outros 500", eixo curatorial da Angelica de Moraes, nesse sentido ele prejudicou-nos.
Voltar ao Topo

Patricia Canetti



Registrado em: Terça-Feira, 9 de Novembro de 2004
Mensagens: 29

MensagemEnviada: Ter Abr 22, 2008 7:31 pm    Assunto: ainda a tal visibilidade... Responder com Citação

É certo que hoje ganhamos com a rede caminhos independentes de atuação e visibilidade e que os nomes de artistas que vemos aparecer em salões&prêmios não ficam atrelados a estes. Mas ainda vejo os salões&prêmios como uma espécie de circuito de pontuação dos artistas emergentes, que é o que chamo de visibilidade que vai incidir na carreira e no desenvolvimento da mesma.

Lembro de uma palestra de Denise Mattar na Funarte, em que ela dizia que o sistema de arte brasileiro sofria uma inversão em relação aos de outros países, aonde os artistas emergentes são pescados nas escolas pelas galerias, cabendo a estas últimas dar a visibilidade necessária aos trabalhos para que eles cheguem às instituições. No Brasil, parece que os salões fazem o papel desta relação primária escola-galeria e me parece também que a estagnação econômica que o país viveu nas últimas décadas ajudou a forjar este nosso modelo. Mas e agora que a economia cresce, será que veremos uma mudança neste funcionamento?

Retomando a pergunta da Laura, "Que tipo de espaço expositivo se cria aí? Que tipo de recepção/percepção das obras se produz nesse espaço?" e a visibilidade ansiosa, eu diria que de uma certa maneira vamos encontrar esta questão também na chamada crise das bienais. Esta febre de bienais pelo mundo que sugam milhões de dinheiros, que poderiam ser investidos em atividades mais silenciosas e mais férteis para a experimentação necessária para a produção de arte, também respondem a um círculo vicioso: um modelo que não sabemos mais para que serve...
Voltar ao Topo

Laércio Redondo



Registrado em: Quarta-Feira, 31 de Dezembro de 1969
Mensagens: 1

MensagemEnviada: Qua Abr 23, 2008 8:40 am    Assunto: mapas Responder com Citação

Participei do Rumos e creio que foi uma experiência importante. Sem nenhuma duvida, o Rumos pode de alguma maneira abrir algumas brechas no percurso, mas creio que no final nosso trabalho e solitário mesmo, afinal esses "15 min." de visibilidade apesar de ajudarem em certos casos, não resolvem a vida de ninguém a longo prazo.
O Rumos promove encontros que podem se tornar importantes, tanto entre os artistas, como com os curadores, mas como a Laura e Traplev dizem, temos que pensar que tipo de visibilidade e de reflexão estamos buscando num programa como Rumos, que afinal termina em exposições que viajam de norte a sul propondo uma "cartografia" de uma produção nacional.
Creio que nosso maior problema no Brasil e não termos Politicas Institucionais mas solidas e permanentes, o que faria com que todo esse sistema pudesse gerar um outro tipo de familiaridade e de difusão da produção sem as "tais" questões de inclusão por regiões.
Cada vez mais creio que seja necessário para nos e também para curadores ou Instituições, estabelecer relações com mostras que tentam dar conta do tempo, tanto do artista, quanto do expectador de maneira mais sensível, mais aprofundada e para isso sem nenhuma duvida, eh preciso repensar formatos.
Talvez ai esteja o problema, não creio que o Rumos no seu formato atual, possa ser esse lugar para a pesquisa de novas respostas/propostas ao sistema das Artes. O Rumos cumpre seu papel num formato que já conhecemos, para algumas pessoas pode servir, para outras não…
Afinal "são tantas as verdades"…
Voltar ao Topo

Laura Erber



Registrado em: Quarta-Feira, 31 de Dezembro de 1969
Mensagens: 3

MensagemEnviada: Qui Abr 24, 2008 11:48 am    Assunto: Responder com Citação

Partindo das colocações do Laércio seria desejável elaborar propostas institucionais que possam ficar não tanto os eventos mas os processos, oferecendo uma infra-estrtutura para realização de projetos complexos cuja produção requer um financiamento e materiais que muitas vezes as galerias não podem bancar. É claro que a ausência de força efetiva das instituições brasileiras acaba gerando vácuos onde surgem propostas de redes e de grupos artísticos organizados de outra forma, mas isso não diminui a importância de se pensar o papel da instituição neste contexto, inclusive retomando uma questão delicada que é a dos acervos, a dificuldade de se manter e valorizar algumas importantes coleções de arte aqui, o que é fundamental para a formação de público, e que tem um impacto indireto mas importante na recepção da arte contemporânea emergente, algo que foi discutido quando foi anunciada a venda da coleção Leirner. Então talvez s possa também pensar essa visibilidade ansiosa promodia pelo circuito institucional (especialmente o privado) na sua dimensão imediatista, onde a preservação de acervos fica praticamente excluída.
Voltar ao Topo

Leandro de Paula



Registrado em: Quarta-Feira, 31 de Dezembro de 1969
Mensagens: 5

MensagemEnviada: Ter Mai 06, 2008 6:57 pm    Assunto: Responder com Citação

Olá pessoal, com o desenrolar da discussão, fiquei pensando em como essa questão da visibilidade é mais complicada do que parece, ainda mais se pensarmos, junto a ela, numa engrenagem institucional e num programa de escopo irrefutavelmente abrangente. Talvez a atual edição do Rumos seja a que leva ao extremo a ambição ‘nacional’ que o programa possui desde a sua estréia: do ciclo de palestras à escolha da comissão de seleção, passando pela pesquisa minuciosa dos mapeadores em todas as regiões brasileiras, o Rumos realmente se singulariza por arriscar um panorama amplo do que venha a ser a arte contemporânea brasileira.

Mas será que ‘ser visto pelos ditames nacionais’ (pegando gancho na fala do Traplev) seria a motivação do grupo heterogêneo de artistas que participam do Rumos? Me parece, antes, que o convite ao programa se torna uma legitimação, ainda que inicial, de trajetórias artísticas pela simples inscrição de cada trabalho num projeto narrativo maior. Acredito que seja daí que decorra uma fatal - e por que não saudável - flexibilização na leitura dos trabalhos.

É certo que um mapa das práticas da arte contemporânea brasileira vai ao encontro do próprio mapa das nossas diferenças. O desafio, a meu ver, é conseguir, dentro de um programa institucional e de mecanismos de visibilidade geográfica e socialmente localizados, suplantar a 'tirania do eixo' pra descobrir outras experiências estéticas sem se deixar levar pelo crivo do 'exótico' ou da 'inclusão regional', como pontuou a Laura. Esta é, sem dúvida, uma tarefa delicada para mapeadores e comissão de seleção... acho interessante pensar esse aspecto 'narrativo' que o programa acaba construindo em sua dinâmica curatorial, as oportunidades de choque e realce que as escolhas têm promovido durante as últimas edições e que trajetórias artísticas deram continuidade - ou não - a estes encontros.

Abraços,
Leandro
Voltar ao Topo

Mostrar os tópicos anteriores:   
Novo Tópico   Responder Mensagem    Página Principal -> Rumos Artes Visuais Todos os horários são GMT - 3 Hours
Página 1 de 1

 
Ir para:  
Enviar Mensagens Novas: Proibído.
Responder Tópicos Proibído
Editar Mensagens: Proibído.
Excluir Mensagens: Proibído.
Votar em Enquetes: Proibído.


Powered by phpBB © 2001, 2004 phpBB Group
Traduzido por: Suporte phpBB