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novembro 13, 2018

Um roteiro para apreciar o trabalho de Burle Marx no Rio por Ricardo Ferreira, O Globo

Um roteiro para apreciar o trabalho de Burle Marx no Rio

Matéria de Ricardo Ferreira originalmente publicada no jornal O Globo em 9 de novembro de 2018.

Jardins, escultura, azulejaria: documentário inspira passeio por obras do paisagista espalhadas pela cidade

Aplicando sua “organização planejada dos elementos naturais” em sintonia com o modernismo, Roberto Burle Marx (1909-1994) deixou sua identidade em espaços públicos do Rio. Conhecido principalmente por seu trabalho como paisagista, ele, que era também artista plástico, tem sua trajetória revisitada no documentário “Filme paisagem — Um olhar sobre Roberto Burle Marx”, do cineasta mineiro João Vargas Penna, com estreia marcada para a próxima quinta.

— Parte da cara do Rio é de responsabilidade do Burle Marx— analisa Penna.

Inspirados no longa, traçamos um roteiro para apreciar seu legado na cidade, do verde do Aterro do Flamengo ao painel de azulejos da Fiocruz, que reproduz um protozoário, passando por uma escultura de grande formato no Recreio.

Parque do Flamengo

Com 1, 2 milhão de metros quadrados, o Aterro é considerado o maior projeto de Roberto Burle Marx — e não só por seu tamanho. Inaugurado em 1965 com a função de alargar o fluxo no trânsito entre o Centro e a Zona Sul, o Parque do Flamengo foi uma tela em branco para ele, contratado à época para, dentro do projeto de Affonso Reidy, configurar o paisagismo do espaço.

— O Aterro é uma delícia. Ele teve uma inteligência de escolher espécies adequadas à região ou já nativas. Isso garante uma manutenção maior. Se o poder público não cuidar, a própria natureza se encarrega disso — diz João Vargas Penna.

A marca de Burle Marx no imenso parque contrasta, por exemplo, com a sisudez dos arbustos de estilo europeu da Praça Paris, em frente ao Monumento dos Pracinhas. O paisagismo do Aterro é o contrário daquilo, preza pelas espécies tropicais.

— Ele criava esses espaços pensando no coletivo e no futuro. Nos ensinou que na profissão de paisagista precisamos ter uma certa generosidade em entender que nem sempre iremos presenciar a plenitude dos jardins projetados. Ao plantar uma árvore, talvez não cheguemos a ver sua frutificação ou floração, mas não tem problema, pois alguém irá usufruir e apreciar a longo prazo — comenta Isabela Ono, filha de Haruyoshi Ono, grande parceiro profissional do arquiteto , e sócia do Escritório Burle Marx.

O projeto do entorno do Museu de Arte Moderna, outra criação de Reidy entregue aos cuidados de Burle Marx, mostra a preocupação do artista não só com a vegetação, mas com a escolha de outros elementos na composição, como os granitos e os seixos rolados. O MAM, aliás tem uma tela de Burle Marx em seu acervo.

Calçadão de Copacabana

Um dos símbolos da cidade, o calçadão de Copacabana tem o traço de Burle Marx. Muita gente não sabe, mas o desenho ondulado das pedras portuguesas junto à areia é inspirado no piso da Praça do Rossio, em Lisboa, e foi adotado aqui na gestão do prefeito Paulo de Frontin, em 1919.

Nos anos 1970, com o projeto de duplicação da Avenida Atlântica, coube a Burle Marx dar um novo traçado às ondas, além de criar os desenhos do canteiro central e do calçadão junto aos prédios, que o paisagista transformou num lindo mosaico abstrato moderno.

— O desenho de piso artístico da Atlântica é uma obra de arte viva. As pessoas podem interagir com o espaço, pensado para ser apreciado tanto do nível do pedestre, quanto do alto dos prédios — diz Isabela Ono.

Praça Heitor Bastos Tigre

Um busto do diplomata que nomeia a praça no Recreio seria a escultura colocada ali, na altura do número 16.500 da Avenida das Américas. Por sugestão do filho, também Heitor, optou-se pela instalação de uma grande obra de arte. Chamaram Burle Marx.

Com 11 metros de altura (o equivalente a um prédio de três andares), a peça, única escultura do artista em logradouro público, foi feita a quatro mãos com Haruyoshi Ono e teve seu projeto executado pelo italiano Gianni Patuzzi, em 1989. É feita de argamassa armada policromada, tem um colorido vivo e curvas modernas.

Sítio Burle Marx

Localizado em Barra de Guaratiba, o sítio é um grande santuário para quem quer apreciar a obra de Roberto Burle Marx. Entre pinturas, esculturas e cerâmicas, o espaço reúne mais de três mil obras no acervo museológico, fora as 3.500 espécies de plantas, como filodendros, bromélias, cycas, helicônias, maranthas e palmeiras.

O então Sítio Antônio da Bica foi comprado pelo paisagista junto com seu irmão, Guilherme Siegfried, em 1949. Dentro dos seus 405 mil m², há até uma pequena capela do século XVII.

— O Sítio Roberto Burle Marx é um local mágico. Lá, Roberto colecionou uma variedade enorme de espécies vegetais, sendo seu espaço de experimentação e observação botânica, onde acompanhava o desenvolvimento da vegetação e a relação entre os grupamentos vegetais, e depois aplicava este aprendizado nos projetos de paisagismo. O sítio foi sua residência por dez anos e hoje é um ótimo local para conhecer suas obras de arte e coleções particulares — detalha Isabela.

O espaço foi considerado Patrimônio Cultural Brasileiro em 1985 e, em 2000, foi tombado integralmente pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Lá estão parte das espécies descobertas pelo paisagista, como a Heliconia burle-marxii , símbolo do sítio, ou a Merianthera burlemarxii , do Espírito Santo.

A visitação ao sítio acontece de terça a domingo (excetos feriados), às 9h30m e às 13h30m, e precisa ser agendada por telefone (2410-1412) ou e-mail (visitas.srbm@iphan.gov.br). A entrada custa R$ 10.

Casa Roberto Marinho

O jardim com a assinatura de Burle Marx é uma das principais atrações do casarão construído em 1939 no Cosme Velho e que hoje abriga um centro cultural.

— É uma transição da Floresta da Tijuca, é na pontinha da floresta. Ele usa espécies tropicais, mas fazendo uma transição para o espaço residencial. É uma floresta organizada, uma transição natural — diz Lauro Cavalcanti, que é diretor da Casa Roberto Marinho e foi curador da mostra “Roberto Burle Marx 100 anos — A permanência do instável”, que comemorou o centenário de nascimento do artista em 2008, no Paço Imperial.

Até a semana passada, uma tela de Burle Marx estava na mostra “Modernistas 10”, que saiu de cartaz. Mas uma outra tela sua estará numa das novas exposições que serão inauguradas no dia 6 de dezembro. Até a abertura das mostras, a entrada no centro cultural é gratuita. Além do jardim, o espaço (Rua Cosme Velho 1.105) tem uma sala de cinema com sessões gratuitas aos sábados e um café.

Fundação Oswaldo Cruz

Uma pequena pérola do modernismo brasileiro integra o campus da Fundação Oswaldo Cruz, em Manguinhos. Projetado na década de 1940 pelo arquiteto Jorge Ferreira, o Pavilhão Arthur Neiva tem um painel de azulejos de Burle Marx.

—Ele teve formação nas artes plásticas, foi assistente do Portinari, do Guignard. Isso se reflete na azulejaria, é visível a influência do Portinari — explica Lauro Cavalcanti.

O artista se inspirou no formato do protozoário Trypanosoma cruzi , transmissor da Doença de Chagas, para desenhar o painel de formas geométricas e tons de azul.

Instituto Moreira Salles

Ao longo de sua carreira, Burle Marx trabalhou em inúmeros projetos residenciais. Um exemplo é a casa do banqueiro e embaixador Walther Moreira Salles, na Gávea, desenhada pelo arquiteto Olavo Redig de Campos, construída em 1951 e que hoje abriga o IMS. O paisagismo de Burle Marx está lá, bem como um painel de azulejos feito pelo mestre que retrata mulheres lavadeiras. Também em tons de azul e branco.

— Ele inovou na maneira se criar jardins, utilizando na composição plantas nativas que eram consideradas menores na época. Na residência do embaixador, por exemplo, ele usa a espécie Calycophyllum spruceanum, o pau-mulato, uma árvore do Norte do país — destaca Isabela Ono.

Outros trabalhos do mestre:
Sede Náutica do Vasco da Gama (Rua General Tássio Fragoso 65, Lagoa). Um belo painel de azulejos feito por Burle Marx decora uma das fachadas do edifício.

Edifício Sede da Petrobras (Av. República do Chile 65). O edifício de arquitetura arrojada ganhou jardins suspensos projetados pelo paisagista nos vãos da fachada.

Faculdade de Arquitetura e Urbanismo — FAU/UFRJ (Av. Pedro Calmon 550, Fundão). O jardim do entorno da FAU é de Roberto Burle Marx, que também assina um painel externo da faculdade.

Conjunto Habitacional do Pedregulho (Rua Capitão Félix 50). Simbólico pelas linhas sinuosas, o projeto de Affonso Eduardo Reidy em São Cristóvão também tem os jardins assinados por Burle Marx.

Largo da Carioca (Centro). O projeto paisagístico no entorno do edifício do BNDES, do Convento de Santo Antônio e o enorme mosaico de pedras portuguesas que calçam o local são do paisagista.

Palácio Gustavo Capanema (Rua da Imprensa 16). Marco da arquitetura moderna, o prédio tem um jardim suspenso desenhado por Burle Marx. Atualmente está em obras.

Posted by Patricia Canetti at 4:53 PM