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março 2, 2020

Emilia Estrada e María Sabato na Residência Adelina, São Paulo

Questões como identidade, territorialidade, memória, história e pertencimento são alguns dos temas abordados pelas argentinas María Sabato e Emilia Estrada

No próximo dia 15 de fevereiro, às 13h, a Adelina Instituto abre a temporada de ateliês abertos com exibição dos processos de pesquisas de duas artistas que fazem parte do 4º círculo da residência.

A ideia da Residência do Instituto Adelina é proporcionar aos artistas uma troca maior com o público durante o seu processo de criação, uma vez que o espaço poderá ser visitado no horário de funcionamento do instituto, assim como acontece com uma exposição. E os frequentadores do espaço poderão acompanhar as artistas trabalhando, interagir com elas e entender mais as pesquisa e obras.

As artistas María Sabato e Emilia Estrada, dividem o espaço dos ateliês e expõe ao público seus processos e pesquisas. Apesar de temas diferentes, as duas encontram pontos de similaridade para trocas.

Emilia Estrada, é a segunda geração, filha de imigrantes palestinos que vieram no século passado na região andina argentina de Cuyo. Encontra-se mapeando e pesquisando sobre a existência de territórios batizados com o nome Palestina na América Latina, fazendo foco nas quatro maiores, presentes do interior do Brasil nos Estados de Alagoas, Goiás, Pará e São Paulo. Para aprofundar sua pesquisa, Emilia passou uma semana na cidade de Palestina, aproximadamente 500 km da capital de São Paulo, recortando material historiográfico e produzindo registros fotográficos e audiovisuais como entrevistas com os habitantes, orientadas particularmente à uma indagação sobre possíveis vestígios culturais palestinos remanescentes, que serão organizados e expostos durante a Residência Artística na Adelina Instituto. O resultado da experiência e da pesquisa traz à tona outras narrativas ligadas à ampla história da ocupação do interior pelo regime colonial e religioso, posteriormente pelo movimento migratório no começo do século XX. Um repertório amontoado, amalgamado, aglomerado de símbolos aparecem na constituição do imaginário de uma “terra prometida”, pouco relacionado com uma procedência imigrante palestina e muito próxima aos efeitos históricos da dominação de supremacia ideológica.

María Sabato, propõe-se a apresentar um trabalho em co(e)laboração com a artista Anna Bella Geiger (Rio de Janeiro, Brasil, 1933). A proposta de criação e investigação artística visa a reencenação e ressignificação do vídeo ‘Mapas Elementares nº3’ (1976), criado pela artista carioca. Trata-se de um poema visual onde pode-se ver Anna Bella traçando o mapa da América do Sul. A cada traço, ela transforma aquele território em um amuleto, uma mulata e uma muleta. Os versos e o ritmo do bolero "La Virgen Negra", interpretada por Los Chaynas, estabelece a ordem da aparição desses três objetos. Assim, ela traz à tona uma relação lúdica entre o caráter antropomórfico do Cone Sul e o jogo semântico entre o formal e o metafórico que possibilita a linguagem. Através dessa operação, Anna Bella refere-se às imagens associadas ao misticismo, a mestiçagem e a dependência econômica, caraterísticas socioculturais e históricas da América Latina. “Neste trabalho aparecem dois elementos comuns com a minha própria poética: repertórios populares e representações topográficas. Desde que começou o meu período de residência, viajo ao Rio de Janeiro para documentar nossos encontros que acontecem, principalmente, na sua casa-ateliê. O processo de pesquisa constitui-se como um desafio anacrônico ao presente. Me pergunto como a diferença intergeracional pode acrescentar dados que ressignifiquem ao mesmo tempo que atualizem um trabalho do passado.”, diz María Sabato sobre sua pesquisa.

Sobre os artistas

Emilia Estrada é artista e pesquisadora, nascida em Córdoba, Argentina. Desde 2014, vive e trabalha no Rio de Janeiro. Estudou Artes Visuais na Faculdade de Artes da Universidade Nacional de Córdoba e na Universidade Federal Fluminense. Em 2015 foi bolsista do programa de Práticas Artísticas Contemporâneas na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, onde em 2016 atuou como curadora assistente e artista convidada no projeto/exposição “Depois do Futuro”. Em 2017, recebeu a bolsa do programa de Residências Internacionais para Investigação e Produção (RIP), para realizar um relevamento arqueológico na península de Zorrozaurre, um dos últimos vestígios industriais da cidade de Bilbao (Euskadi). Em 2019, fez parte da primeira edição de residências artísticas do Museu da Imigração do Estado de São Paulo, onde trabalhou com o acervo e coleção da instituição para pensar novas formas de abordagens históricas do movimento migratório no Brasil.

Seu trabalho se desenvolve a partir do resultado de escavações, tanto nas camadas históricas do tecido urbano presente, quanto na busca de imagens referentes à produção carto e iconográfica da expansão marítima europeia do século XVI em diante. Estas ações poético arqueológicas indagam como se constrói e divulga a narrativa histórica, e de que forma o relato hegemônico ocidental tem operado na construção de imagens, estipulando uma teorização visual do sistema colonial. Emilia trabalha em espaços e em obras propondo plataformas de encontro com outros profissionais e promovendo convergências entre a arte e diferentes campos das ciências sociais. Desde 2018 participa da coletiva “escutadores”, corpo clínico-artístico composto por artistas e profissionais formado a partir do convite da artista Graziela Kunsch e do psicanalista Daniel Guimarães, integrantes-fundadores da Clínica Pública de Psicanálise (SP).

Maria Sabato (Cidade de Buenos Aires, Argentina, 1984). Fotógrafa formada pela Escola de Fotografia criativa de Andy Goldstein, Buenos Aires, Argentina. Regressou recentemente de Madri, onde finalizou o mestrado em Prática Cênica e Cultura Visual, Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia. Em 2015, como bolsista, concluiu o Programa Anual “Práticas de Arte Contemporânea II”, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Participou de diferentes exposições coletivas e realizou projetos de exposição individual em cidades como Buenos Aires, Rio de Janeiro e Tóquio. Também fez residências na FAAP (San Pablo) e Despina, no Rio de Janeiro, Brasil, onde viveu 3 anos.

Em 2018, participou do Programa de Agentes da CIA (Centro de Investigação Artística) e foi residente dos ateliês em residência Marco Arte Foco, também na cidade de Buenos Aires.

A investigação prática de María tem sido guiada nos últimos anos por deslocamentos físicos e simbólicos inerentes a sua condição de mulher branca estrangeira.

Sua pesquisa é apresentada em forma de fotografias, vídeos e ações participativas em diferentes espaços público-estéticos, nos quais o seu corpo é geralmente o principal suporte. Através de diferentes práticas artísticas, Sabato problematiza e reflexiona sobre assuntos como sua trajetória nômade, consumo, mídia massiva, o espaço e representação da mulher na sociedade, desterritorialização, memória e possibilidade de socializar ou criar comunidades efêmeras.

Posted by Patricia Canetti at 11:20 AM