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julho 11, 2019

Adriana Varejão no Mamam, Recife

Exposição aporta no MAMAM trazendo pela primeira vez à cidade um conjunto significativo de obras da artista carioca

Um dos nomes mais respeitados das artes visuais do Brasil, Adriana Varejão terá pela primeira vez um conjunto significativo de sua obra exposto no Recife. A mostra Adriana Varejão – Por uma retórica canibal foi exibida em Salvador, entre abril e junho deste ano, e agora aporta na capital pernambucana, com abertura agendada para o dia 28 de junho, às 19h, no Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães (MAMAM). A exposição ficará em cartaz, com visitação gratuita, até 8 de setembro, seguindo, posteriormente, em itinerância por outras cidades fora do eixo Rio-São Paulo. Com curadoria de Luisa Duarte, a mostra faz parte de um projeto que pretende descentralizar o acesso à importante produção da artista carioca, exibindo 25 obras dos seus mais de 30 anos de trajetória, realizadas entre 1992 e 2018. Trata-se de um conjunto significativo de sua produção, que inclui trabalhos seminais como Mapa de Lopo Homem II (1992-2004), Quadro Ferido (1992) e Proposta para uma Catequese, em suas Partes I e II (1993).

“Desde os anos 1980, quando comecei a pintar e pesquisar sobre o barroco, tomei como referência várias igrejas do Recife. Algumas imagens sempre permaneceram dentro de mim e as carrego até hoje, como o altar da Basílica de Nossa Senhora do Carmo, a azulejaria do Convento de Santo Antônio, ou mesmo o teto da Igreja de Nossa Senhora da Conceição dos Militares. Todo esse repertório me ajudou a moldar minha linguagem. Outra lembrança marcante é uma visita que fiz à feira de Caruaru. Lá me deparei com as carnes de charque dobradas e cortadas em nacos, com sua superfície marmoreada, e, a partir daí, iniciei a série das Ruínas de Charque, que tenho desenvolvido até hoje. Esses e outros exemplos reiteram a minha emoção de estar realizando esta primeira individual no Recife, tão perto de algumas importantes referências”, conta a artista.

O recorte curatorial da exposição, que descortina diferentes fases de produção da artista de modo a levar um conjunto relevante de sua obra pela primeira vez ao Recife, busca enfatizar como muito antes dos estudos pós-coloniais estarem no centro do debate da arte contemporânea, Adriana Varejão já desenvolvia uma pesquisa cuja inflexão está centrada justamente em uma revisão histórica do colonialismo. Essas questões levantadas pela artista encontram eco na história colonial pernambucana, marcada por sua forte vocação e tradição na monocultura da cana-de-açúcar no período, a presença dos holandeses e a disputa pela terra, e as revoltas insurgentes contra Portugal.

O título da exposição faz referência ao vínculo da sua obra com a tradição barroca. A retórica é uma estratégia recorrente do barroco, sendo um procedimento que busca a persuasão. Se o método rendeu obras e discursos suntuosos e exuberantes, a favor da narrativa cristã e do projeto de colonização europeu, a retórica canibal, ao contrário, se apresenta como um contraprograma, uma contracatequese, uma contraconquista. Trata-se de uma ruptura com as formas ocidentais modernas de pensamento e ação, em busca dos saberes locais, como o legado da antropofagia. Saem de cena o ouro e os anjos (tão presentes em igrejas barrocas no Recife e em Salvador), entram em cena a carne e toda uma cultura marcada por uma miscigenação por vezes violenta.

Assim, o público tomará contato com uma produção que visita de maneira constante o passado para trazer à luz histórias ocultas, pouco visitadas pela história oficial. A seleção de trabalhos revela ainda a rede de influências que atravessa a obra da artista: do citado barroco à China, da azulejaria à iconografia da colonização, da história da arte à religiosa, do corpo à cerâmica, dos mapas à tatuagem, vasto é o mundo que alimenta a poética de Adriana Varejão. Ao longo da exposição comparecem trabalhos de quase todas a s séries produzidas pela artista, tais como: Proposta para uma Catequese, Línguas e cortes, Ruínas de Charques, Pratos, Azulejões e Terra Incógnita.

A mostra vai ocupar todas as salas de exposição do MAMAM. No andar térreo, o público poderá ver a instalação em vídeo Transbarroco (2014). Nos demais andares, as outras obras serão dispostas junto com um conjunto de textos curtos, que descrevem e contextualizam cada uma delas, funcionando como ferramenta de mediação com o visitante. O público também poderá conferir um site specific da artista, que não está na seleção curatorial, mas que faz parte do acervo do museu: Panacea Phantastica (2003).

“É com muita satisfação que participamos desse importante projeto. Essa parceria sustenta nosso compromisso com a arte e com a democratização da cultura a um número cada vez maior de pessoas. Por meio desta itinerância, levaremos a arte singular de Adriana Varejão para cidades que ficam fora do eixo Rio-São Paulo e que, até então, nunca haviam recebido uma exposição da artista, a exemplo de Salvador e, agora, Recife”, afirma Carlos Dale, sócio-diretor da galeria. “Em Salvador, onde esteve em cartaz de 16 de abril a 15 de junho, a mostra registrou um público semanal de aproximada mente 800 pessoas, totalizando quase 7 mil visitantes. Além disso, por meio do Educativo da mostra, conseguimos receber, ao longo do período expositivo, mais de 1500 alunos de 45 escolas das redes pública e privada, em grupos de 30 a 40 crianças em cada atendimento. Os jovens puderam ter contato com a obra de uma das mais importantes artistas brasileiras da contemporaneidade” reforça Antonio Almeida, também sócio-diretor da Galeria Almeida e Dale.

Adriana Varejão é representada pelas Galerias Fortes D’Aloia & Gabriel, Gagosian e Victoria Miro.

Adriana Varejão (Rio de Janeiro) – As obras de Adriana Varejão encontram-se em coleções de instituições como Metropolitan Museum of Art, Nova Iorque; Solomon R. Guggenheim Museum, Nova Iorque; Tate Modern, Londres; Fondation Cartier pour l’art Contemporain, Paris; Inhotim Centro de Arte Contemporânea, Brumadinho; Museu de Arte Moderna de São Paulo; Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro; Coleção Gilberto Chateaubriand, Rio de Janeiro; Fundación “la Caixa”, Barcelona; Stedelijk Museum, Amsterdã; e Hara Museum, Tóquio. Entre suas principais exposições institucionais, incluem-se “Azulejões,” Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro e Brasília, Brasil (2001); “Chambre d’échos / Câmara de ecos”, Fondation Cartier pour l´art Contemporain, Paris (2005, itinerância para o Centro Cultural de Belém, Lisboa; e DA2, Salamanca, Espanha); Hara Museum of Contemporary Art, Tóquio (2007); “Adriana Varejão - Histórias às Margens,” Museu de Arte Moderna de São Paulo, Brasil (2012, itinerância para o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Brasil; e o Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires (MALBA), Argentina em 2013); “Adriana Varejão,” The Institute of Contemporary Art, Boston (2014); e “Adriana Varejão: Kindred Spirits,” Dallas Contemporary (2015). A artista participou da Bienal de São Paulo (1994, 1998); 12th Biennale of Sydney (2000); International B iennial Exhibition, SITE Santa Fe (2004); Liverpool Biennial (1999, 2006); Bucharest Biennale (2008); Istambul Biennial (2011); “30x Bienal”, Fundação Bienal de São Paulo (2013); Bienal do Mercosul, Brasil (1997, 2005, 2015); e da primeira Bienal de Arte de Contemporânea de Coimbra, Portugal (2015). Em 2008, um pavilhão permanente dedicado à obra de Varejão foi inaugurado em Inhotim Centro de Arte Contemporânea. Em 2016, foi contratada para produzir um mural temporário baseado em seu épico trabalho “Celacanto provoca maremoto” para cobrir a fachada inteira do Centro Aquático para as Olimpíadas do Rio de Janeiro. Recebeu o Prêmio Mario Pedrosa (artista de linguagem contemporânea), da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA), e o Grande Prêmio da Crítica da Associação Paulista de Críticos de Arte (A PCA), pela exposição “Histórias às margens”, realizada em 2012/13 no MAM SP, MAM Rio e MALBA.

Luisa Duarte (Rio de Janeiro, 1979) – Crítica de arte, curadora independente e professora. Mestre em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Foi por nove anos crítica de arte do jornal O Globo. Integrou o conselho do Museu de Arte Moderna de São Paulo (2009-2012) e a equipe do programa Rumos Artes Visuais do Instituto Itaú Cultural (2005/2006). Coordenou o ciclo de conferências “Passado, presente e futuro – memória e projeção”, na 28ª Bienal de São Paulo (2008). Organizou em dupla com Adriano Pedrosa o livro “ABC – Arte B rasileira Contemporânea”, pela Cosac & Naify (2014). Organizou o seminário internacional “Biblioteca Walter Benjamin”, no Museu de Arte do Rio – MAR (2015). Foi curadora, em dupla com Evandro Salles, da exposição “Tunga – o rigor da distração” (2018), também no MAR. Em 2019, faz parte da equipe curatorial da 21ª Bienal de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil, sendo responsável pelos programas públicos da edição, cuja abertura está prevista para outubro de 2019, em São Paulo.

OBRAS REUNIDAS [em ordem alfabética]

Alegoria Imprecisa (2011) // Óleo e gesso sobre tela
Azulejão branco (2010) // Óleo e gesso sobre tela
Azulejão (Neoconcreto) (2016) // Óleo e gesso sobre tela
Azulejões (com uma mãozinha) – políptico (2000) // Óleo e gesso sobre tela
Carne à la Taunay (1997) // Óleo sobre tela e porcelana
Língua com Padrão Sinuoso (1998) // Óleo sobre tela e alumínio
Linha Equinocial (1993) // Óleo sobre tela, porcelana e fios de poliamida
Mãe d’ Água (2009) // Óleo sobre fibra de vidro e resina
Mapa de Lopo Homem II (1992-2004) // Óleo sobre madeira e linha de sutura
Mar Egeu (tríptico) (2008) // Óleo e gesso sobre tela
Nascimento de Ondina (2009) // Óleo sobre fibra de vidro e resina
Panorama da Guanabara (2012) // Óleo e gesso sobre tela
Parede com incisões à la Fontana (2000) // Óleo sobre tela e poliuretano em suporte de alumínio e madeira
Passagem de Macau a Vila Rica (1992) // Óleo sobre tela
Pele Tatuada à Moda de Azulejaria (1995) // Óleo sobre tela
Pérola Imperfeita (2009) // Óleo sobre fibra de vidro e resina
Prato com mariscos (2011) // Óleo sobre fibra de vidro e resina
Proposta para uma Catequese – Parte I Díptico: Morte e Esquartejamento (1993) // Óleo sobre tela
Proposta para uma Catequese – Parte II Díptico: Aparição e Relíquias (1993) // Óleo sobre tela
Proposta para uma Catequese – Prato (2014) // Óleo sobre fibra de vidro
Quadro Ferido (1992) // Óleo sobre tela
Ruína de Charque, Humaitá (2001) // Óleo sobre madeira e poliuretano
Ruína de Charque, Porto (2001) // Óleo sobre madeira e poliuretano
O meticuloso (2018) // Óleo sobre tela
Transbarroco (2014) // vídeo instalação composta por quatro filmes

Posted by Patricia Canetti at 12:01 PM