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fevereiro 18, 2015

Luiz Zerbini no Galpão Fortes Vilaça, São Paulo

Luiz Zerbini retorna a São Paulo para apresentar Natureza Espiritual da Realidade, sua nova exposição no Galpão Fortes Vilaça. Através de uma grande instalação e de oito pinturas de grande e médio formato, o artista explora justaposições entre figuração e geometria, natureza e arquitetura. Essas temáticas, frequentes em sua trajetória, são apresentadas com uma complexidade inédita.

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Em sua pintura, Zerbini parte de imagens fotográficas e as sobrepõe a outros elementos abstratos em uma complexa trama onde figura e fundo se confundem. O modo não-hierárquico como esses elementos são arranjados segue uma lógica interna do processo, em que uma imagem pede por outra sucessivamente, até que a composição se complete. Em Ilha da Maré, essa trama inclui um palco precário com uma galinha, caixas de som, siris, ladrilhos e, finalmente, o mar - ou sua visão particular da água do mar, que permeia ainda outros trabalhos da exposição. Buraco retrata uma caixa com padrões geométricos distintos que é encoberta pela maré. Uma Onda de aspecto ameaçador invade a maior pintura da exposição, recortada por distúrbios que imprimem ainda mais velocidade à imagem. EmCachoeira, faixas de cor cruzam a tela e são interrompidas por fragmentos de galhos e pedras, mesclando figuração e geometria de maneira ainda mais complexa.

Os trabalhos geométricos da mostra também estão associados à figuração. Algumas obras partem de uma imagem e se tornam totalmente abstratas; outras ganham referências a lugares e objetos em seus títulos. Efeitos óticos norteiam essas pinturas, assim como as experimentações com cor. Em Serra do Luar, uma grade prateada de losangos é sobreposta a outra de quadrados, com intrincado esquema de cores e degradês. Em Ultramarine, um azul denso e opaco contrasta com as faixas de cores metálicas luminosas em primeiro plano. Os pequenos quadrados coloridos deChuvisco, por sua vez, confundem o foco da visão e provocam a sensação de miopia.

Natureza Espiritual da Realidade - trabalho que dá nome a exposição - é uma instalação composta por dez mesas de madeira, configuradas como vitrines museológicas. O trabalho ganhou sua primeira forma em 2012 quando Zerbini o incluiu na mostra Amor no MAM Rio e, em 2014, recebeu nova composição em Pinturas na Casa Daros, também no Rio de Janeiro. A cada exposição a ordenação das mesas e de seus elementos é alterada, dando ao trabalho um dinamismo constante. Divididas em quadrados, as mesas incluem objetos curiosos recolhidos pelo artista, achados a esmo em viagens ou colecionados por razões pessoais. Conchas, pedras, tijolos, ladrilhos, troncos, plantas, redes de pesca e até mesmo uma nota de dez reais se organizam ora como naturezas mortas, ora como composições abstratas. O tampo de vidro também recebe interferências do artista com grafismos e gelatina colorida, causando alterações na incidência de cor e luz sobre os elementos.

Ao estabelecer um diálogo direto com as obras na parede, a instalação pode ser lida como a organização sistemática das referências presentes nas pinturas - um inventário do universo particular do artista. No entanto, é possível também fazer o raciocínio inverso e entendê-la como uma tradução tridimensional do processo pictórico de Zerbini - em especial o modo como organiza elementos tão díspares através de cor e geometria. Natureza Espiritual da Realidade é, portanto, ponto de partida da sua pesquisa, mas ao mesmo tempo o campo de atração de todo o seu trabalho, para o qual todas as coisas parecem convergir.

Luiz Zerbini nasceu em 1959, em São Paulo, mas vive e trabalha no Rio de Janeiro desde 1982. Sua obra foi tema de grandes exposições individuais nos últimos anos, entre as quais: Pinturas, Casa Daros (Rio de Janeiro, 2014); amor lugar comum, Inhotim (Brumadinho, 2013); Amor, MAM (Rio de Janeiro, 2012). Sua obra está presente em diversas coleções públicas, entre as quais: Inhotim Centro de Arte Contemporânea (Brumadinho); Instituto Itaú Cultural (São Paulo); Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro; e Museu de Arte Moderna de São Paulo. Paralelamente, Zerbini ainda integra desde 1995 o coletivo Chelpa Ferro, com Barrão e Sérgio Mekler, que explora as relações entre as artes visuais e a música.


Luiz Zerbini returns to São Paulo to present Natureza Espiritual da Realidade [Spiritual Nature of Reality], his new exhibition at Galpão Fortes Vilaça. Through a large installation and eight medium and large-format paintings, the artist explores juxtapositions between figuration and geometry, nature and architecture. He has often worked with these themes before, but never with so much complexity.

In his painting, Zerbini begins with photographic images to which he overlays other abstract elements in a complex weave where figure and background are blended. The nonhierarchical way in which these elements are arranged follows an inherent processual logic, in which one image naturally follows another, until the composition is complete. In Ilha da Maré [Maré Island] this weave includes a precarious stage with a chicken, loudspeakers, crabs, bricks, and, finally, the sea – or his particular view of the water of the sea, which also pervades other artworks in the exhibition. Buraco [Hole] depicts a box with distinct geometric patterns that is covered by the ocean tide. A threatening-looking wave invades the largest painting in the exhibition Onda [Wave], which is shot through by disturbances that lend it an even greater velocity. In Cachoeira [Waterfall], bands of color cross the canvas and are interrupted by fragments of tree branches and stones, blending figuration and geometry in an even more complex way.

The geometric works in the show are also associated to figuration. Some of the works are based on an image and become totally abstract; others involve references to places and objects intheir titles. These paintings are guided by optical effects, along with experiments with color. In Serra do Luar [Moonlit Mountains], a silver grid of lozenges is overlaid to a grid of squares, with an intricate scheme of colors and shadings. In Ultramarine, a dense and opaque blue stands in contrast to bands of luminous metallic colors in the foreground. For their part, the small colored squares of Chuvisco [Drizzle] confuse the viewer’s focus, causing a sensation of myopia.

Natureza Espiritual da Realidade - the work that lends its title to the exhibition – is an installation consisting of ten wooden tables, configured like museum display cases. The work gained its first form in 2012 when Zerbini included it in the show Amor at MAM Rio and, in 2014, it received a new composition at the exhibition Pinturas, held at Casa Daros, also in Rio de Janeiro. At each exhibition, the arrangement of the tables and their elements is altered, giving the work a constant dynamism. Divided into squares, the tables include curious objects collected by the artist, randomly found on trips or collected for personal reasons. Seashells, stones, bricks, ceramic tiles, tree trunks, plants, fishing nets and even a R$10 bill are arranged sometimes as still-lifes, sometimes as abstract compositions. The artist also interferes on the glass tabletop with graphic marks and colored gelatin, causing alterations in the incidence of color and light on the elements.

Insofar as it establishes a direct dialogue with the works on the wall, the installation can be read as a systematic organization of the references present in the paintings – an inventory of the artist’s private universe. It is possible, however, to use an inverse reasoning and understand it as a three-dimensional translation of Zerbini’s pictorial process – especially the way in which he uses color and geometry to organize such a wide range of elements. Natureza Espiritual da Realidade is, therefore, a starting point for his research as well as an attractive field towards which all his work seems to converge.

Luiz Zerbini was born in 1959, in São Paulo, but has been living and working in Rio de Janeiro since 1982. Recentlarge solo shows that have featured his work include Pinturas, at Casa Daros (Rio de Janeiro, 2014); amor lugar comum, at Inhotim (Brumadinho, 2013); and Amor, at MAM (Rio de Janeiro, 2012). His work is present in various public collections, including those of Inhotim Centro de Arte Contemporânea (Brumadinho), Instituto Itaú Cultural (São Paulo), Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, and Museu de Arte Moderna de São Paulo. In parallel with his individual work, since 1995 Zerbini has worked together with Barrão and Sérgio Mekler in the artist’s collective Chelpa Ferro, which explores the relations between visual arts and music.

Posted by Patricia Canetti at 10:28 AM