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maio 11, 2009

Mostra Filmes e Vídeos da Coleção Goetz no Itaú Cultural, São Paulo

Alexander Birchler, Ann-Sofi Sidén, David Weiss, Jochen Kuhn, Laurie Simmons, Mark Leckey, Matthew Barney, Matthias Müller, Peter Fischli, Sharon Lockhart, Teresa Hubbard, Tracey Moffatt, Ulrike Ottinger, William Kentridge

Curadoria de Susanne Touw

12 a 17 de maio de 2009

Itaú Cultural
Avenida Paulista 149, Paraíso, São Paulo - SP
11- 2168-1776/1777 ou atendimento@itaucultural.org.br
www.itaucultural.org.br
247 vagas

Programação:

12 de maio, terça-feira, 20h
Palestra de abertura com a curadora Susanne Touw e o artista Alexander Birchler e exibição dos vídeos:

Single Wide
Alexander Birchler e Teresa Hubbard, 2002, vídeo, 6min07s
Em um movimento contínuo, a câmera registra o interior e o exterior de uma casa de campo. Aparentemente perturbada e carregando uma mala com o que pode ser os pertences de uma jovem garota, uma mulher sai da residência, caminha em direção à caminhonete estacionada no lado de fora e bate intencionalmente o carro na fachada da casa. Vista de dentro do imóvel, a cabine do veículo funde-se com a arquitetura do local, como se fosse um novo aposento. Entrelaçando as noções de “interior e exterior”, “entrada e saída” e “antes e depois”, o vídeo encontra na desconstrução do cenário seu potencial narrativo.

House with Pool
Alexander Birchler e Teresa Hubbard, 2004, vídeo, 20min39s
A festa chega ao fim e, depois que os convidados se vão, uma mulher caminha pensativa por entre copos vazios e restos de aperitivos espalhados pela casa. Simultaneamente, uma garota mais jovem percorre a cidade – e, sem que a mulher mais velha perceba, acaba entrando na residência. A relação entre as duas é incerta; e, ainda que se movam constantemente pelo local, elas nunca se cruzam. Em determinado momento, um jardineiro entra na propriedade e “vê” coisas que, ao que parece, nenhuma das duas havia percebido.

Eight
Alexander Birchler e Teresa Hubbard, 2001, vídeo, 3min35s
Em seu aniversário de oito anos, uma garota caminha pelos aposentos de sua casa. Seguindo-a em um movimento contínuo, a câmera revela que os aposentos da residência são de fato um espaço aberto, como um quintal num dia chuvoso. A seguir, a situação se inverte – e o que víamos como um ambiente externo volta a parecer um quarto da casa. Dessa maneira, o vídeo entrelaça as noções de interior e exterior e discute a ideia de abrigo. O nome da obra faz referência à idade da protagonista – que está deixando para trás a segurança da infância e caminhando em direção à adolescência – e à própria figura do número 8, que não apresenta começo nem fim.

13 de maio, quarta-feira, 20h

Cremaster 1
Matthew Barney, 1995-96, 35mm, 42min40s
Neste musical – o primeiro de uma série de cinco trabalhos –, dois dirigíveis da Goodyear sobrevoam um campo de futebol americano, em Idaho, Estados Unidos. Dentro de cada um deles, estão quatro mulheres que cultuam uma escultura de vaselina cercada por cachos de uva. Uma criatura chamada Goodyear habita simultaneamente um compartimento nos dois dirigíveis. Ela pega as frutas e, com elas, compõe figuras que fazem referência às estruturas celulares dos seis primeiros meses do desenvolvimento fetal. A composição das figuras rege a coreografia de bailarinas que estão no campo.

Cremaster 5
Matthew Barney, 1997, 35mm, 54min30s
O ciclo de filmes Cremaster termina com uma ópera, que se passa em Budapeste, no século XIX. Por meio de metáforas e referências da biologia, é contada a trágica história de amor e sacrifício entre as personagens da Rainha e do Mágico.

14 de maio, quinta-feira, 20h

Bedevil
Tracey Moffatt, 1993, 35mm transferido para vídeo, 86min22s
Dividido em três episódios, o filme apresenta histórias fantasmagóricas em imagens intensamente coloridas, que revelam abertamente sua artificialidade e potencializam as características estereotipadas da paisagem australiana. Em Mr. Chuck, dois homens recordam experiências vividas em um pântano assombrado pelo espírito de um soldado americano. Choo, Choo, Choo, Choo trata de um trem fantasma e Lovin’ the Spin I’m In, por sua vez, mostra um casal de espectros que habita um armazém.

15 de maio, sexta-feira, 20h

QM, I Think I Call Her QM
Ann-Sofi Sidén, 1997, 35mm, 28 min
Além de elementos do vídeo, da performance e da instalação, o filme – sobre uma psiquiatra nova-iorquina que, após acordar de um sonho, encontra uma estranha criatura coberta de lama embaixo de sua cama – une características de diferentes gêneros cinematográficos. É um drama de relacionamento entre mãe e filha e, ao mesmo tempo, um filme de mistério, que apresenta um enigma a ser resolvido. O trabalho conta com elementos do cinema de terror e da obra de Alfred Hitchcock, uma vez que o verdadeiro cenário da história são as obscuras profundezas da alma humana.

The Music of Regret
Laurie Simmons, 2005-2006, 35mm transferido para vídeo, 40 min
Antigos bonecos infantis expressam a dor e o pesar existentes entre duas famílias rivais; uma ventríloqua canta sobre problemas de relacionamentos afetivos; e objetos ambulantes, como uma arma, uma casa e um relógio de bolso, dançam para ser notados. Inspirado em diferentes momentos da obra fotográfica de Simmons, este pequeno musical dividido em três atos conta com a participação da atriz Meryl Streep e do compositor Adam Guettel.

Parade
Mark Leckey, 2003, vídeo, 31min30s
Nas palavras do diretor, o filme “é sobre se sentir perdido no começo do século XXI”. O clima de vaidade, que evoca o glamour de antigas divas, contrasta com uma atmosfera outonal, em que as coisas começam a ficar pálidas, sem luz, tal qual um cigarro que vai lentamente se apagando. Leckey faz uma referência ao esvaziamento da vida: “Há algo perdido na vida de cada um. As pessoas tentam preencher essas lacunas com imagens. É disso que trata o filme – eu estou doente de imagens”.

16 de maio, sábado, 15h

Night Cries – A Rural Tragedy
Tracey Moffatt, 1989, vídeo, 16min34s
Em imagens artificiais, o vídeo descreve a relação ambivalente entre uma senhora branca e a jovem aborígene que cuida de sua saúde.

Heaven
Tracey Moffatt, 1997, vídeo, 28min44s
Surfistas se vestem em meio a carros estacionados. Alguns tentam, desajeitadamente, colocar as roupas sem tirar a toalha de banho presa à cintura, outros se expõem abertamente. Escondida, a mulher com a câmera os observa e, depois, confronta-os, provocando diferentes reações – da vergonha à agressão.

Nice Colored Girls
Tracey Moffatt, 1987, vídeo, 17min07s
Cenas dos primeiros encontros entre as aborígenes e os colonizadores brancos são intercaladas com imagens de mulheres que tentam reverter as relações de exploração da atual vida noturna metropolitana. O sucesso delas, entretanto, é apenas parcial, já que a narração da obra é marcada pela voz dos colonizadores.

Lip
Tracey Moffatt, 1999, vídeo, 9min45s
Por muito tempo, nos filmes de Hollywood, atrizes negras só podiam desempenhar papéis secundários, quase sempre interpretando empregadas em confronto com seus patrões. Neste vídeo, Moffatt reúne cenas de diversas dessas produções e, assim, inverte a situação – transformando aquelas atrizes coadjuvantes em protagonistas.

Artist
Tracey Moffatt, 1999, vídeo, 9min50s
Colagem satírica de cenas de filmes hollywoodianos que retratam a criação artística como um simples impulso de criatividade.

17h

Goshogaoka
Sharon Lockhart, 1997, 16mm, 63 min
Estática, a câmera registra uma equipe de estudantes japonesas em seu treino de coreografias para os jogos de basquete do colégio. Sem levar em consideração as entrevistas e as legendas inseridas no vídeo, o trabalho assemelha-se a uma performance filmada.


Sharon Lockhart, 2003, 16mm, 32min30s
A câmera estática de Lockhart registra as meticulosas e metódicas tarefas diárias de um casal japonês de fazendeiros – comparando-as à prática do ikebana, método oriental de arranjo de flores. Como em suas outras obras, a diretora utiliza a iluminação, as cores da paisagem, o ângulo da câmera e as ações dos personagens para investigar os princípios e as relações entre as imagens fotográfica e cinematográfica.

19h

Drawing Restraint 9
Matthew Barney, 2005, 35mm, 135 min
Um caminhão repleto de vaselina parte de uma refinaria de petróleo em direção ao porto, até chegar a um baleeiro. A bordo do navio, na baía de Nagasaki, Japão, um homem e uma mulher ocidentais participam de uma cerimônia religiosa. Eles vestem trajes de casamento, segundo a tradição shinto. Ópera musical estrelada pelo próprio Matthew Barney e pela cantora Björk.

17 de maio, domingo, 15h

Neulich 4
Jochen Kuhn, 2003, 35mm transferido para vídeo, 13min30s
Quarta parte de uma série de curtas sobre eventos cotidianos, retrata imagens de um sonho.

Die Beichte
Jochen Kuhn, 1990, 35mm transferido para vídeo, 10min03s
O papa e Erich Honecker, ex-presidente da República Democrática Alemã, trocam confissões.

Robert Langner, Biografie
Jochen Kuhn, 1988, 35mm transferido para vídeo, 25min09s
A trajetória de um talentoso intérprete de papeis secundários.

Hotel Acapulco
Jochen Kuhn, 1987, 35mm transferido para vídeo, 12min06s
Dedicado a todas as garçonetes de hotéis da costa do Mar Adriático (que banha a Itália e a península balcânica), o filme concentra-se em um estranho quarto de uma grande e quase deserta hospedaria.

Zeno Writing
William Kentridge, 2002, 16mm transferido para vídeo, 11min16s
Animação baseada no romance A Consciência de Zeno, de Italo Svevo. A história ocorre durante o desenvolvimento industrial do século XX e conta a trajetória de Zeno, um indivíduo frustrado que fracassou na vida.

Tide Table
William Kentridge, 2003-2004, 35mm transferido para vídeo, 8 min
Desenhado com carvão em uma única página, na qual as imagens vão se sobrepondo, a animação apresenta questões éticas e morais pelas quais passou a África do Sul durante o desenvolvimento de sua nação.

17h

Der Geringste Widerstand (The Least Resistance)
David Weiss e Peter Fischli, 1981, 16mm transferido para vídeo, 30 min – © T&C Film
Em seu primeiro filme, Fischli e Weiss se fantasiam de guaxinim e de rato e partem para uma pequena viagem educativa pelo mundo da arte. Parodiando uma história de detetive, o conto alterna momentos de sabedoria e de banalidade.

Der Lauf der Dinge (The Course of Things)
David Weiss e Peter Fischli, 1986-1987, 16mm transferido para vídeo, 30 min – © T&C Film
Causa e efeito, mecanismo e arte, improbabilidade e precisão são discutidos neste bem-humorado trabalho. Uma precária estrutura de mais de 20 metros de altura é construída em um armazém. Ela é composta de diversos objetos e, quando colocada em movimento, abre espaço para as leis da gravidade e da química – e dá início a uma reação em cadeia.

Alpsee
Matthias Müller, 1994-2002, 16mm transferido para vídeo, 13min55s
A entrada de um rapaz na maioridade. A difícil passagem da infância para a maturidade.

19h

Usinimage
Ulrike Ottinger, 2006, 35mm, 10 min
Uma análise das locações usadas por Ottinger em sua trilogia sobre Berlin – composta pelos filmes Picture of a Female Drinker (1979), Freak Orlando (1981) e Dorian Gray Mirrored by the Popular Press (1984). Registradas mais uma vez, agora seguindo um estilo mais documental, as paisagens são apresentadas em alternância com cenas dos três filmes de ficção – ganhando, assim, um novo sentido. Exploração da arquitetura urbana, o vídeo trata as locações não apenas como cenário, mas também como o próprio conteúdo da obra.

Ester – Ein Purimspiel in Berlin
Ulrike Ottinger, 2002, vídeo, 31min30s
Parábola sobre a coragem de se mudar para um país desconhecido. O vídeo, que conta com a participação de imigrantes que vivem em Berlin, é apresentado na forma de uma peça tradicionalmente encenada na festa judaica de Purim (que celebra a vitória sobre os inimigos do Império Persa, que planejavam massacrar o povo judeu).

Superbia – Der Stolz
Ulrike Ottinger, 1986, 35mm, 15 min
A iconografia cristã utiliza figuras femininas para representar os sete pecados capitais (cobiça, luxúria, gula, preguiça, ira, inveja e soberba). Neste vídeo, Ottinger cria a personagem Luciphera Superbia (ou soberba, em latim), mostrando-a em uma procissão a caminho de seu casamento com o mundo.


Sobre a Mostra
De 12 a 17 de maio, o Itaú Cultural apresenta a mostra Filmes e Vídeos da Coleção Goetz: 29 curtas, médias e longas-metragens integram o acervo do museu Sammlung Goetz, em Munique, Alemanha, de filmes e vídeos que misturam as linguagens do cinema e das artes visuais. A convite do instituto brasileiro, a curadora da coleção Susanne Touw selecionou obras que podem ser exibidas nas salas de cinema, e não somente em espaços expositivos. Ela escolheu 14 artistas de oito países: Alemanha (Jochen Kuhn, Matthias Müller e Ulrike Ottinger); África do Sul (William Kentridge); Austrália (Tracey Moffatt); Estados Unidos (Laurie Simmons, Matthew Barney e Sharon Lockhart); Inglaterra (Mark Leckey); Irlanda (Teresa Hubbard); Suécia (Ann-Sofi Sidén); e Suíça (Alexander Birchler, David Weiss e Peter Fischli).

Susanne e o suíço Alexander Birchler, abrem a programação, na terça-feira, 12, a partir das 20h, com palestras sobre seus trabalhos. Em seguida, são exibidas três obras de Birchler, realizadas em parceria com a irlandesa Teresa Hubbard. A primeira é Single Wide, em um registro contínuo do interior e do exterior de um casa de campo, propondo o entrelaçamento de noções entre dentro e fora, entrada e saída ao desconstruir o cenário do lugar. Em seguida, House With Pool, mostra uma situação de final de festa em uma casa, onde duas mulheres estão no mesmo lugar, mas não se encontram, quando o jardineiro entra na propriedade e nota coisas que, supostamente, nenhuma das duas tinha percebido. Novamente tendo uma casa como um dos protagonistas, Eight, da mesma dupla de diretores, acompanha a transição da infância de uma garotinha que acaba de fazer oito anos, enquanto ela percorre os aposentos do seu lar.

Três trabalhos do diretor americano Matthew Barney, escultor, fotógrafo, desenhista e um dos artistas mais brilhantes de sua geração. Ele já expôs trabalhos seus na Documenta de Kassel, em 1992, na Alemanha, um dos mais importantes eventos do calendário artístico mundiais; no Museu Guggenheim de Nova York e no Museu de Arte Moderna de Paris. Os seus filmes são repletos de referências simbólicas a faunos, rituais de sacrifício, body art, ópera e danças. Na mostra no Itaú Cultural, os dois primeiros, Cremaster 1 e Cremaster 5, são exibidos na quarta-feira, 13, também a partir de 20h. Aclamados pela crítica especializada, integram a famosa série Cremaster Cycle, criada em 1994, cujo nome é uma alusão ao músculo que mantém a temperatura dos testículos. Já Drawing Restraint 9, terceira obra do artista a ser exibida na mostra, no sábado, 16, às 19h, traz trilha sonora da cantora islandesa Björk, sua esposa.

Seis filmes da fotógrafa e cineasta australiana Tracey Moffatt são exibidos ao longo da mostra. O primeiro, Bedevil, programado para o dia 14, quinta-feira, às 20h, é um longa-metragem selecionado oficialmente para o Festival de Cannes. Dividido em três episódios, apresenta histórias fantasmagóricas sobre paisagens estereotipadas de seu país. O curta Night Cries – A Rural Tragedy, ganhou atenção da crítica internacional, em 1990, ao participar do festival francês e pode ser visto na mostra no sábado, 16, às 15h. Neste mesmo dia são apresentados os demais filmes dela selecionados para esta mostra.

Depois de Night Cries, é exibido Heaven, de 1997, no mesmo sábado. A obra traz imagens feitas em câmera escondida de surfistas se trocando, alguns escondendo as partes íntimas, outros não, e suas reações ao notarem que estão sendo filmados. Na seqüência, Nice Colored Girls, curta de 1987, mostra cenas do encontro entre aborígenes e colonizadores brancos; Lip, de 1999, coloca atrizes negras no centro da cena, invertendo o estereótipo hollywoodiano, que vigorou por muito tempo, de que elas só poderiam desempenhar papéis menos relevantes.

Ainda no mesmo dia 16, é exibido o último filme desta artista selecionado para a mostra: Artist, o qual também mexe com a indústria do cinema americano ao fazer uma sátira das imagens de filmes que retratam a criação artística como um simples impulso de criatividade. Também neste dia, mas às 17h, acontece a exibição de duas obras da americana Sharon Lockhart: Goshogaoka e Nô. Esta artista trabalha com uma forte influência da fotografia e sua câmera estática dá o tom nestes filmes.

A investigação de temas ligados à psicologia e à identidade humanas, dá o tom dos filmes da sueca Ann-Sofi Sidén. Na sexta-feira, 15, a partir de 20h, é exibido QM, I Think I Call Her QM, ela alia elementos do vídeo, performance e instalação em uma história sobre uma psiquiatra nova-iorquina que encontra, após acordar de um sonho, uma criatura estranha coberta de lama embaixo da sua cama.

The Music of Regret, da americana Laurie Simmons, conta com a participação especial da atriz Meryl Streep e do compositor Adam Guettel e é exibido na seqüência de QM. Trata-se de um pequeno musical dividido em três atos, nos quais a diretora mistura o uso de antigos bonecos infantis com o canto de uma ventríloqua. Último filme exibido neste dia é Parade, do inglês Mark Leckey, artista vencedor do Turner Prize do ano passado, um dos principais prêmios de arte contemporânea dado pela Tate Britain. O filme trata do esvaziamento do ser humano contemporâneo e da busca pelo preenchimento por meio de imagens.

No último dia da mostra, domingo, 17, são apresentados doze curtas-metragens. A pintura animada do alemão Jochen Kuhn sobre a vida cotidiana será exibida em quatro filmes: Neulich 4, com imagens de um sonho; Die Beichte, com confissões entre o papa e o ex-presidente da República Democrática Alemã, Erich Honecker; Robert Langner, Biografie, mostra a trajetória de um talentoso intérprete de papeis secundários, e Hotel Acapulco, dedicado a todas as garçonetes de hotéis da costa do mar Adriático. Outro artista ligado ao desenho em animação é o sul-africano William Kentridge, que tem duas obras exibidas neste dia: Zeno Writing, baseado no romance A Consciência de Zeno, do italiano Italo Svevo, e Tide Table, animação em preto e branco desenhada em carvão em uma única página, onde as imagens se sobrepõem. O filme trata de questões éticas e morais do país de origem do artista.

A partir das 17h, os suíços David Weiss e Peter Fischli, que trabalham há 30 anos juntos em diversos suportes como filme, fotografia, escultura e instalações multimídia, tem dois filmes em exibição: Der Geringste Widerstand (The Least Resistance) e Der Lauf der Dinge (The Course of Things). No primeiro, os bem-humorados artistas se fantasiam de guaxinim e de rato e partem para uma viagem educativa pelo mundo da arte. No segundo, a dupla cria uma engenhoca de 20 metros de altura em que pneus, latas e sacos de lixo se movimentam e produzem uma reação em cadeia. Com um currículo que inclui passagens pelos festivais de cinema de Berlim, Cannes e Veneza, o alemão Matthias Müller, exibe Alpsee, do alemão Matthias Müller, diretor com um currículo que inclui passagens pelos festivais de cinema de Berlim, Cannes e Veneza, é apresentado em seguida. Ele trata da difícil passagem da infância para a maturidade. A programação é fechada com três filmes de uma das mais provocativas artistas contemporâneas da Alemanha. A seqüência de projeções de suas obras começa às 19h, com Usinimage – uma exploração da arquitetura urbana de Berlim feita a partir da análise de locações usadas pela diretora em sua trilogia pela cidade, composta pelos filmes Picture of a Female Drinker (1979), Freak Orlando (1981) e Dorian Gray Mirrored by the Popular Press (1984). O segundo filme é Ester – Ein Purimspiel in Berlin, uma parábola sobre a coragem de se mudar para um país desconhecido. Por fim, Superbia – Der Stolz, filme de Ulrike Ottinger sobre a personagem Luciphera Superbia (ou soberba, em latim), que segue em uma procissão a caminho de seu casamento com o mundo.

O acervo Goetz
A Coleção Goetz reúne desenhos, gravuras, pinturas, fotografias, esculturas, instalações, filmes e obras de videoarte monitorados por cientistas, restauradores e técnicos. O acervo foi iniciado no final da década de 1960 e hoje integra o espaço do museu Sammlung Goetz (em Munique, Alemanha), fundado em 1993 por Ingvild Goetz – uma das primeiras colecionadoras particulares a demonstrar interesse pela videoarte – com a intenção de mostrar ao público os trabalhos reunidos ao longo dos anos.

Além das exposições coletivas e individuais apresentadas em sua sede, o museu realiza projetos em parceria com instituições da Alemanha e de outros países. Segundo Susanne Touw, a curadora da coleção desde 2006, a seleção feita para a mostra do Itaú Cultural é emblemática do quanto Ingvild Goetz apoia continuamente a produção de artistas – caso de Ulrike Ottinger, representada com os filmes Superbia – Der Stolz, de 1986, Ester – Ein Purimspiel in Berlin, de 2002, e Usinimage, de 2006. Outra peça de destaque na Coleção é Cremaster Cycle, ciclo dividido em cinco partes realizado por Matthew Barney – presente com dois filmes da série (Cremaster 1, de 1995-1996, e Cremaster 5, de 1997) e com a obra Drawing Restraint 9, de 2005.

Posted by Ana Maria Maia at 2:31 PM